Reflexão Ideológica

31 julho 2010

VÊS A LAGARTA MORRENDO OU A BORBOLETA NASCENDO?

Na vida tendemos a desenvolver padrões, paradigmas, estruturas. Um dos padrões desenvolvidos é nossa forma de interpretar os estímulos recebidos no dia a dia, ou seja, é a forma de interpretarmos a vida.
Todos os dias nos acontecem vários fatos e estes são interpretados por nosso “organismo”, alguns sem nenhuma análise profunda, outros de maneira mais cuidadosa, mas cada um trazendo várias lições, e quanto maior a profundidade da análise, melhores serão as lições tiradas, assim como o vinho sorvido lenta e atenciosamente distribui melhor ao paladar a qualidade de seu sabor.
O problema é que, por vezes, aprendemos olhar a realidade sempre com um olhar predisposto a percebê-la apenas no modo negativo, como os pais que só aprenderam ver a nota vermelha no boletim do filho ou filha e não a grande quantidade de notas azuis apresentadas no mesmo boletim.
Um acontecimento aparentemente ruim pode trazer em seu bojo um cabedal enorme de possibilidades transformadoras, de novas oportunidades, de crescimentos, de potencializações, mas, se não soubermos analisar essas possibilidades, as perdemos e deixamos de crescer com aquela experiência.
Talvez seja tempo de pararmos, experimentarmos a dor do presente, como alguém experimenta um alimento novo, e procurar todas as dimensões de sua realidade, nos preocupando menos em perguntar o por que e mais em descobrir o como e o para quê, conforme preconiza a gestalt.
Os mais superficiais só vêem a morte da lagarta. Os mais profundos são capazes de esperar um pouco mais na agonia do instante e contemplar a beleza do nascimento da borboleta. E você, o que vê?

1 Comments:

  • A lagarta Absolon de Alice colocava em duvida todas as certezas superficiais da menina. O Chapeleiro questionava sobre a semelhança entre uma escrvaninha e o corvo. A resposta nunca foi a superficialidade do "sei lá!".
    Indo além, o corvo de Edgar Poe gritava "never more!", e lá dentro da gaveta da escrivaninha aquela foto ou texto que ha anos não vemos.
    "Nunca mais" é um engodo de nossa mente, toda vez que que o pronunciamos estamos gritando " para sempre".
    Morrer é ser para sempre. Ou como escutei outro dia "voltar quase sempre é partir para outro lugar.
    Bom tereré!

    By Blogger Unknown, at 8:08 AM  

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